Conexões de Saberes-UFG

02 março, 2007

Oportunidade para poetas

UFG e UnB realizam segunda edição de festival literário na cidade de Goiás

Estão abertas até 10 de março de 2007 as inscrições, gratuitas, para o Prêmio Goyaz de Poesia, uma das atividades do II Festival de Poesia de Goyaz, que premia livros de poesia inéditos escritos em língua protuguesa por brasileiros, residentes no País ou no exterior. O evento será na última semana de setembro, na cidade de Goiás. Trata-se de uma parceria da Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal de Goiás (UFG). A iniciativa tem patrocínio governamental, via Lei de Incentivo à Cultura.

A professora Goiandira Ortiz de Camargo – Faculdade de Letras da UFG –, uma das curadoras e organizadoras do evento, diz que entre os objetivos do festival estão: formar leitores de poesia e estreitar os laços entre o leitor e poeta. Ela informa estar prevista a premiação de três concorrentes, que será a publicação de livro por uma editora de renome e circulação nacional, em projeto gráfico a ser definido exclusivamente entre a organização do festival e a editora responsável. Cada concorrente só poderá disputar com um livro.

Os trabalhos de julgamento iniciarão imediatamente após o encerramento das inscrições. A comissão julgadora será formada por cinco membros de reconhecida expressão no meio literário, sendo um do Estado de Goiás. O resultado será divulgado, oficialmente, na solenidade de abertura do festival. Depois de publicadas as obras, a editora responsável pela publicação encaminhará os exemplares à organização do II Festival de Poesia Goyaz, que se encarregará de sua distribuição. Os vencedores farão jus a uma cota de 100 exemplares.
02/03/2007

Elisângela Santos
Da editoria de Universidade - Jornal Diário da Manhã

01 março, 2007

Estudantes se manifestam

Jornal Diário da Manhã - GO

Moradores das Casas dos Estudantes Universitários (CEUs) da Universidade Federal de Goiás (UFG) têm reunião amanhã com o reitor da entidade para reivindicar mais vagas. Hoje existem três unidades com 180 dormitórios, ao todo. O encontro foi marcado a pedido dos estudantes alojados nas casas depois que a UFG divulgou intenção de dar prioridade aos acadêmicos da instituição. Representante dos moradores, o estudante Frederico Silva, 19, diz que alunos da Católica e de outras instituições também se alojam nos CEUs da UFG.

Convoco todos a lutar para impedirmos um desastre.

Imaginem um lugar onde se pode ler gratuitamente, as obras de Machado de Assis, ou A Divina Comédia, ou ter acesso às melhores historinhas infantis de todos os tempos. Um lugar que lhe mostrasse as grandes pinturas de Leonardo da Vinci. Onde você pudesse escutar músicas em MP3 de alta qualidade... pois esse lugar existe!
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, basta acessar o site:

www.dominiopublico. gov.br

Só de literatura portuguesa são 732 obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno.
Vamos tentar reverter essa ameaça, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela literatura.
Divulgue para o máximo de pessoas, por favor!

"Caroline Avendaño" , conexoesbrasil@yahoogrupos.com.br

28 fevereiro, 2007

Mais vagas nas Universidades Federais custam R$ 2,75 bi

Este é o valor que teria de ser investido ao longo de 3 anos para igualar matrículas diurnas e noturnas, como quer o MEC

As universidades federais vão apresentar uma conta alta para tentar cumprir a meta de igualar o número de matrículas nos cursos diurnos e noturnos, como quer o Ministério da Educação (MEC). Um estudo feito pela Universidade Federal de Goiás (UFG) aponta para a necessidade de R$ 2,75 bilhões nos próximos três anos para que as instituições consigam fazer a ampliação desejada pelo governo. Serão pouco mais de R$ 900 milhões por ano - somados, ainda, a mais R$ 360 milhões anuais para investimentos em pesquisa gerenciados pelas próprias universidades.

O estudo calcula o custo dessa expansão com base no quanto é gasto hoje por aluno em cada instituição, excluindo-se o pagamento de inativos, pensionistas e precatórios e dando pesos relativos aos alunos de pós-graduação e das escolas de ensino médio. A conta é que seriam necessários mais 30% dos gastos atuais para suprir as necessidades da expansão.

A idéia básica do estudo é cumprir a meta que está no Plano Nacional de Educação (PNE) de chegar a 2010 com o mesmo número de matrículas nos cursos noturnos e diurnos. Hoje, mesmo com os esforços recentes das instituições para ampliar as matrículas noturnas, elas ainda representam cerca de um terço das matrículas diurnas. Para igualar os dois turnos seria necessário criar quase 300 mil matrículas noturnas, um crescimento de 54% na oferta atual.

Hoje, apenas quatro instituições têm mais alunos no noturno que no diurno: três Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) - as antigas escolas técnicas que hoje têm cursos superiores - e uma universidade tecnológica, no Paraná, também originalmente um Cefet. Mesmo algumas instituições novas, como a Federal Rural do Amazonas e a Rural do Semi-árido (no Rio Grande do Norte), embora criadas recentemente, não oferecem cursos noturnos e agora vão precisar se adequar.

“A idéia é que as instituições apresentem projetos para atingir essa meta de igualar as vagas. Com 30% do valor gasto hoje calculamos que seria possível. As instituições aí teriam até 2010 para atingirem a meta”, explica Nelson Amaral, professor da UFG e responsável pelo estudo.

Na conta de Amaral, a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a da Bahia (UFBA) são as que precisariam de mais recursos: R$ 232,2 milhões para o Rio - a segunda maior federal em matrículas - e R$ 197,9 para a Bahia - uma das que têm, proporcionalmente, o menor número de vagas noturnas no País.

O estudo ainda vai ser analisado pelo conjunto de reitores, mas é visto com simpatia pela maior parte dos que tiveram tempo de analisá-lo. “O consenso é que se trata de um caminho interessante para atingir um dos objetivos do ministério”, avalia Paulo Speller, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “Colocamos uma alternativa para essa expansão que o governo pretende”, diz o reitor da UFG, Edward Brasil.

PESQUISA PRIORITÁRIA

A proposta ainda inclui a idéia de o ministério repassar R$ 360 milhões anuais para as instituições investirem em pesquisa por conta própria. Hoje, reclamam os reitores, as universidades têm de disputar verbas de fundações e financiamentos privados que, muitas vezes, são direcionadas a pesquisas determinadas. A idéia é que, tendo um fundo de pesquisa próprio, as federais possam investir em pesquisas de temas considerados prioritários para o governo e, também, temas regionais.

O problema dessa proposta é que o custo é bem maior do que o MEC parece disposto a gastar com essa proposta de ampliação do sistema. O projeto de produtividade para as instituições, que deve fazer parte do pacote de educação do governo, prevê um investimento de R$ 3,75 bilhões em cinco anos para toda a expansão - a proposta das instituições chega a praticamente o mesmo valor em três anos, apenas com pesquisa e cursos noturnos. Procurado, o MEC não respondeu ao Estado sobre a proposta dos reitores.

MODELO ÚNICO

Para a especialista em educação superior da Universidade de São Paulo (USP) Eunice Ribeiro Durham, apesar de algumas instituições terem capacidade ociosa, a simples expansão de vagas é iniciativa equivocada do governo federal. “Isso é continuar investindo em um modelo único de educação superior”, diz. “Precisamos criar instituições menores, espalhadas pelo interior, que permitam atender às demandas locais”, diz.

Segundo a professora da USP, o aumento das vagas pode ter aspectos negativos. “Não podemos ampliar as universidades excessivamente, devemos criar outras e manter a qualidade”, diz.

Uma alternativa é o investimento no ensino tecnológico. Ela cita os Cefets como bons exemplos. “Eles deveriam ser uma alternativa para um público que não tem condições de entrar na universidade e tem urgência em chegar ao mercado de trabalho”, comenta.

O professor e também especialista em educação superior Alípio Casali, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) concorda com a idéia de expansão das vagas, mas ressalta que deve ser feito de forma equilibrada. “A capacidade nas universidades federais não está otimizada, e isso é uma obrigação do governo”, diz. “O ideal é que se utilizem os recursos já existentes.”

Lisandra Paraguassú, BRASÍLIA, Jornal Estado de São Paulo
COLABOROU EMILIO SANT’ANNA
http://www.estado.com.br/editorias/2007/02/27/ger-1.93.7.20070227.1.1.xml

UFRB no Conexões

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), criada em julho de 2005, junta-se, nesse ano, ao Programa Conexões de Saberes. A UFRB, que iniciou suas atividades em outubro de 2006, será a mais jovem das 33 Universidades que integram o Programa. A expectativa para 2007 é que o Conexões contemple mais de 1300 estudantes por todo o Brasil.

De acordo com Cláudio Orlando Costa do Nascimento, coordenador de Políticas Afirmativas da UFRB, a instituição reúne condições importantes para participação no Programa Conexões de Saberes na medida em que “nasce implicada com a promoção da igualdade das condições sociais e racial, tendo criado uma Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis, experiência pioneira no âmbito das universidades federais”.

Programa Conexões de Saberes

O Conexões de Saberes: diálogos entre a universidade e as comunidades populares é um programa desenvolvido pelo Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – SECAD/MEC, junto a 32 Instituições Federais de Ensino Superior – IFES, e em parceria com o Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, que desenvolve esta tecnologia social desde o ano de 2002.

O objetivo maior do programa é ampliar a relação entre a universidade e os moradores de espaços populares, promovendo o encontro e a troca de saberes e fazeres entre esses dois territórios socioculturais.

O Programa busca acolher os estudantes em suas instituições de ensino superior, destinando-lhes bolsas de apoio acadêmico, para que, de um lado, protagonizem ações de extensão/ensino/pesquisa em comunidades populares, promovendo a tessitura de saberes entre a universidade e os espaços populares. Por outro, para que estejam inseridos em atividades acadêmicas voltadas para elaboração de diagnósticos, proposição e avaliação de políticas de ações afirmativas de acesso e permanência nas universidades federais.

Assim, as coordenações locais oferecem ao grupo de bolsistas, composto por, no mínimo, 30 graduandos, uma formação ampla e plural no campo da teoria e metodologia de extensão e de pesquisa, da produção acadêmica e do domínio de técnicas instrumentais e discursivas. Os bolsistas também desenvolvem ações que visem ampliar e fortalecer seu envolvimento com a universidade e seu protagonismo nas ações em comunidades populares.

Produção

Ao longo desses dois anos, o Programa Conexões de Saberes publicou duas coleções de livros: Caminhadas de universitários de origem popular, que reúne relatos dos bolsistas do Conexões sobre suas trajetórias escolares; Grandes temas do Conexões, conjunto de 4 livros temáticos com artigos escritos pelos bolsistas, orientados pelos coordenadores.

Desde 2005 vem realizando as pesquisas: Universidade Pública: (Re)conhecendo diferenças, sobre o perfil dos estudantes que ingressam nas universidades e Perfil Sociocultural dos Bolsistas do Programa Conexões de Saberes. Os primeiros resultados das coletas foram apresentados durante os seminários nacionais ocorridos em 2005, no Recife, e em 2006, no Rio de Janeiro.

Monique Carvalho, Observatório de Favelas - http://www.observatoriodefavelas.org.br

Sempre, sempre, sempre!

27 fevereiro, 2007

Um pouco de história não faz mal pra ninguém

Israel, do início a algum futuro incerto

Semitas, seguidores de Sem


O nome semita vem de Sem, filho primogênito de Noé. Daí surge às denominações: hebreus (Heber), arameus (Aram) e outras tribos de homens descendentes de Sem. Noé, o construtor da Arca que salvou do dilúvio um casal de cada espécie de todos os animais do mundo, teve mais dois filhos, Jafet e Cam.

Cam, o mais novo, amaldiçoado por zombar da nudez de seu pai, origina todos os povos inimigos de Israel (babilônios, fenícios, egípcios, filisteus,...). O território de Canaã, atual Palestina, foi erguido pelos descendentes de Cam, daí a obsessão semita liderada por Abraão, transmitida por Deus, em tomar a terra prometida, pois aquele povo “renegado” não merecia uma terra tão fértil e o povo eleito era o de Israel. Jafet descende os povos neutros que atualmente são os indo-europeus.

Tudo o que foi dito no parágrafo anterior pode ser questionado por qualquer pessoa. Até porque estes são dizeres bíblicos e estas foram às impressões deste jornalista que vos escreve. Mas quem tiver interesse em compreender melhor quem foi Noé e seus filhos leia Gênesis – primeiro capítulo da Bíblia - ou converse com algum leitor do livro sagrado dos cristãos. Mas as opiniões são as mais variadas, é só observar o tanto de igreja que existe por aí.

Os Patriarcas de Israel

Vivendo sobre constante conflito na Mesopotâmia, os hebreus se apegam ao profeta Abraão que recebe um sinal divino para rumarem à terra de Canaã. Após vários contatos com Javé, Abraão fortaleceu seu povo em torno do monoteísmo que o provinha e solidificou os hebreus que, por acreditar que a terra são deles por direito divino adquirido, criaram o atual estado de Israel.

Mas para chegar onde estão hoje os judeus foram escravizados no Egito, tiveram seu principal templo destruído pelos romanos, sobrando somente o Muro das Lamentações. Foram obrigados a saírem em varias diásporas a mundo afora e com a negação a Jesus Cristo, principal profeta cristão, sofreram com o anti-semitismo em toda a Europa, desde a adoção, por parte de Roma, do cristianismo. No feudalismo se tornaram novos cristãos, proibidos de praticarem sua cultura e o ápice do ataque foi com o holocausto na Segunda Guerra Mundial que fortaleceu o movimento conhecido como sionismo a fundarem o Estado de Israel.

O movimento nacionalista judaico

No século XIX a maior parte dos judeus se encontrava nos países da Europa oriental. Com o crescente nacionalismo na região, motivado pela unificação italiana e alemã o “povo eleito” entrou no clima e começou a se unir em torno da causa judaica. Em 1897 o Sionismo surge com o ideal de recriar uma nação judaica livre de perseguições e com garantias públicas e legais, aceita internacionalmente.

O jornalista e escritor Theodor Herzl formou o movimento que teve seu primeiro encontro na Basiléia, Suíça, reunindo 197 representantes de 17 países para escolher um local onde o povo sem pátria e espalhado por todo o mundo pudesse se juntar em uma nação. A idéia de se instalar na Palestina não era unanimidade, pois muitos preferiram ir para a América e outros viam outras regiões – Argentina, Chipre e Congo – como melhores instalações.

Contudo a idéia de voltarem para a terra prometida foi comprada por grandes capitalistas que começaram a financiar a aquisição de faixas de terra na Palestina, apoiados, entre outros, por jovens de esquerda, e formarem os Kibutzim (comunidades agrícolas). O sionismo, dentro dos organismos internacionais garantiu grandes vitórias, o que ocasionou em 14 de maio de 1948 na criação oficial do Estado de Israel pela Organização das Nações Unidas, ONU.

Os grandes apoiadores

Naquele momento de consolidação do estado israelense as grandes potências tiveram um posicionamento que fortaleceu o novo governo provisório. Tanto que Israel, mesmo sendo a minoria, conseguiu ganhar todas as guerras e conquistar mais territórios, expulsando palestinos, egípcios, sírios, jordanianos das terras tomadas. Importantes nomes judeus participaram, e muito, na busca de apoio para erguer a estrutura do novo governo.


David Bem-Gurion, o primeiro chefe de governo, estrategista que segurou todas as ofensivas árabes e ainda conquistou territórios, o rabino Fishman, que apoiou todas as ofensivas israelenses contra os árabes, o filosofo Aharon David Gordon, que construiu um discurso de estado e serviu de exemplo virando agricultor em um Kibutzim, o presidente Warren Harding, propagandista implacável, fazendo bem o seu papel de presidente onde quem manda é o primeiro ministro, o cientista Albert Einstein e até Martin Luther King Jr. usaram toda a força que tinham para apoiar e consolidar o estado judeu.

Martin Luther King Jr. na sua luta pelos negros norte-americanos teve como exemplo a busca dos judeus por um estado independente. O movimento negro dos EUA até buscou criar um estado próprio na África.


O comprometido Einstein


“Fiquei profundamente comovido pela oferta que me foi feita em nome de nosso estado, Israel, mas também triste e perturbado, pois me é impossível aceitar essa proposta...” esse é o inicio da carta feita pelo cientista Albert Einstein onde rejeita o convite de ser presidente do estado de Israel após a morte de Warren Harding em 1952.


O cientista viveu o difícil momento que passava o povo judeu espalhado por toda a Europa. O mesmo disse ter “chorado lágrimas de sangue” ao ver tanto sofrimento e preconceito contra seu povo. Com o holocausto renegou de vez a pátria de origem - Alemanha – nunca mais indo até o país. Einstein não queria ver somente uma demonstração a mais de nacionalismo, mas após se envolver com os sionistas abraçou a causa.


Apoiou a formação da primeira universidade hebraica e por ela viajou para os EUA na busca de recursos que pudesse financiar a edificação. Foi recebido como muito fervor (o motivo: seus conhecimentos sobre o uso nuclear, mas não contem para ninguém). Já em visita a Israel deslumbrou o renascimento da alma judaica. Se preocupou com o crescente conflito com os árabes, vendo erros dentro do próprio estado judaico, sem aprovar o nacionalismo defendido por burocratas e intelectuais irmãos.

Antes de morrer, em 1955, deixou uma carta direcionada para as comemorações do sétimo aniversário do Estado de Israel preocupado com os rumos das relações com os vizinhos árabes, defendendo a paz entre os povos em nome da verdade e justiça.

Esse texto não é uma defesa ao Estado Judeu e sim história.

Vasconcelos Neto, estudante de Jornalismo e Bolsista

Um relato Apaixonado

Difícil dizer o que significa fazer parte do Programa Conexões de Saberes...Sob vários aspectos, participar desse projeto representa para mim uma experiência de grande valor. Esse texto não tem a pretensão de explanar a totalidade do significado dessa experiência, mas confesso que nele está embutida a pretensão de falar em nome dos demais colegas participantes e quem sabe até o de suscitar uma boa discussão.

Conexão! Do latim, connexione. De acordo com um dicionário on-line qualquer: Ligação; nexo; vínculo; união; coerência. O PCS tem me ensinado quanto valor essa palavra carrega consigo....Conexão resume a essência desse projeto em que o saber acadêmico se conecta ao saber popular e assim nos ensina que não faz sentido que a universidade se restrinja aos campi e revela como essa integração pode ser vantajosa para ambos os envolvidos.

E o melhor foi perceber, logo nas primeiras reuniões, que não são apenas os saberes que se conectam. O PCS também foi capaz de conectar-me comigo mesma numa prazerosa descoberta interior. Na universidade, ambiente em que a esmagadora maioria vive uma realidade econômica e social diferente da minha, por vezes me sentia fora de contexto e incapaz de prosseguir na formação acadêmica com o mesmo grau de desenvolvimento daqueles que tiveram tantas oportunidades que sempre estiveram além das minhas.

O PCS, entretanto, me presenteou com um conceito: Estudante Universitário de Origem Popular. Muito mais que uma sigla, EUOP significou um espelho, um incentivo e, sem nenhum exagero, uma revolução. Da vitimização passiva ao engajamento, do receio e sentimento de inferioridade ao desejo de crescer aliado à confiança de que há portas abertas; do ressentimento por fazer parte de uma parcela menos privilegiada da sociedade ao crescente senso da responsabilidade de fazer parte da mudança.

Na verdade, não atribuo toda essa transformação ao conceito isolado de EUOP, mas ao fato de que ele veio acompanhado de um grupo no qual pude me reconhecer. Pude observar, cumprimentar, conversar com pessoas que, como eu, vieram de escolas públicas, moram em bairros distantes, pegam ônibus, pechincham (...)

Isso fez com que o estranhamento com relação à academia, desse lugar ao início de um delicioso momento em que me percebo protagonista no processo de formação, dotada de voz e força para não somente permanecer com qualidade na graduação, como também interferir na realidade social e até mesmo motivar os demais EUOP que ainda não conhecem ou não assumiram para si essa identidade.

O que quero frisar nesse momento é que, ao menos para mim, o Conexões de Saberes só teve esse efeito porque trata-se de um GRUPO. De todas as conexões que podem ser feitas por meio desse programa, a que exerceu maior relevância sobre mim foi a Conexão de Pessoas. Me reunir com os colegas em cada atividade, compartilhar de conhecimentos de diferentes áreas, seja ensinando ou aprendendo, passar pelos corredores do Campus ou nos ônibus lotados e terminais da vida e encontrar com membros do grupo, acenar de longe ou conversar longamente com cada um de vocês, assumiu, em minha vivência, um valor imensurável. Em cada simples aperto de mão, me sinto GRUPO, e, portanto, forte.

Peço desculpas se para alguns esse texto possa parecer melancólico ou apaixonado, mas essas palavras transmitem toda a importância que atribuo a esse programa e à maravilhosa experiência que tem sido conviver com vocês (no que se inclui nossas coordenadoras) e descobrir nas nossas semelhanças e diferenças, a beleza de ser um grupo. Espero que não nos esqueçamos disso e daquela velha história dos gravetos, que, juntos, não podem ser quebrados.

Fran Rodrigues, estudante de jornalismo e Voluntária PCS

O direito à alimentação

Movimentos sociais dos cinco continentes defendem, em Fórum Mundial pela Soberania Alimentar realizado no Mali (África), que a produção agrícola seja tratada não como mercadoria, mas sim como um direito humano

Dafne Melo, Jornal Brasil de Fato - 27/02/2007
Enviada especial a Sélingué (Mali)

A mensagem que os 600 delegados de movimentos sociais de todo o mundo mandaram durante o Fórum Mundial pela Soberania Alimentar foi clara: é preciso dar um basta às políticas neoliberais para a produção agrícola mundial, barrando as ações das transnacionais na produção de alimentos. "O maior inimigo da soberania alimentar é o neoliberalismo, um modelo ideológico capitalista que destrói as economias locais, privatiza os recursos naturais e globaliza o comércio, colocando todas as economias locais nas mãos das transnacionais", disse Paul Nicholson, representante da Via Campesina no País Basco, em entrevista ao Brasil de Fato.

Como alternativa, as organizações sociais propõem o modelo da soberania alimentar, no qual a alimentação nao é vista como uma forma de obter lucro, mas como um direito humano. "Antes de tudo, é um direito político, um direito dos povos de definirem suas políticas alimentares e agrícolas", resume Nicholson.

Respeito à natureza

O encontro ocorreu entre os dias 23 e 27 de fevereiro na pequena cidade rural de Selingue, localizada a cerca de duas horas da capital do Mali, Bamako. Na aberura, agricultores, pescadores, camponeses, pastoralistas, indígenas e ativistas deram seus depoimentos. "Todos nós somos produtores de alimentos e as coisas que produzimos com nossas mãos revelam uma história de amor e respeito à natureza. Agora, temos que construir um movimento global com pessoas que produzem com suas mãos e seus corações", declarou o pescador estadunidense Jeremy Fisher, da Federação dos Pescadores da Costa Oeste (PCFAA).

O palestino Alidarwish Greenline também falou sobre a situação de seu povo. "Há 15 anos, 50% dos palestinos foram expulsos de suas terras, e suas casas e pertences foram queimados. Desde 2002, Israel tem feito um grande esforço para expulsar os outros 50% que restaram. Quando tiram os palestinos de suas terras, destroem tudo para que não voltem. E quando os palestinos respondem a isso, são chamados de terroristas", protestou.

Objetivos

Além de buscar articular e integrar movimentos sociais, estabelecendo alianças estratégicas, Nicholson explica que, diferentemente do Fórum Social Mundial, os participantes do Forum pela Soberania Alimentar – batizado de Nyeleni – tem como objetivo definir uma agenda de mobilizações em todos os continentes.

"Desde 1995 e 1996 começamos a desenvolver esse princípio, não só de forma conceitual, mas também por meio de uma estratégia de ação, tanto camponesas como com outros movimentos sociais. Em Nyeleni, temos uma visão de longo prazo, de novos horizontes, de construir objetivos e agenda de ação política para os anos seguintes. Aqui somos mais específicos, elaborando uma agenda política", explica Nicholson.

A metodologia do evento reuniu pequenos grupos de discussão divididos em sete temas: as políticas do comércio internacional e os mercados locais, conhecimento local e tecnologias, acesso e controle sobre os recursos naturais, o compartilhamento de recursos e direitos dos pescadores, conflitos e desastres, condições sociais e migração forçada e, por fim, modelos de produção. Todos os foram discutidos levando-se em conta três questões básicas: pelo o que lutamos? Contra quem lutamos e o que podemos fazer a respeito?

Ações afirmativas na Universidade Nova, artigo de Naomar de Almeida Filho

No Brasil, até o momento, mantendo e aperfeiçoando o vestibular, temos praticado uma grave omissão.

Deixamos que processos sociais, em sua maioria espúrios e excludentes, predominem sobre o talento das pessoas, que as desigualdades sufoquem a vocação dos sujeitos que buscam a formação universitária.

O fim do vestibular não é o objetivo da proposta Universidade Nova, mas não há alternativa senão romper com esse paradigma. O vestibular será superado simplesmente porque não terá uso nem sentido em qualquer projeto de transformação radical da educação superior.

Será necessário implantar novas modalidades de processo seletivo, mas ainda não sabemos o que substituiria o vestibular.

Estamos avaliando opções de acesso nas seguintes etapas: a) ingresso ao Bacharelado Interdisciplinar (BI); b) seleção para as carreiras profissionais.

O modelo da Universidade Nova é, sem dúvida, mais inclusivo.

Primeiro, o projeto prevê um aumento substancial da oferta de vagas na educação superior, tanto no BI quanto nas licenciaturas. O BI poderá acolher sem problemas até o dobro das vagas destinadas aos cursos profissionais e de pós-graduação, com maior proporção aluno/docente.

Segundo, esperamos substancial redução nas taxas de evasão, pois as escolhas de carreira profissional serão feitas com maior maturidade e melhor conhecimento do conteúdo das respectivas formações.

Terceiro, a seleção para o BI será geral, diluindo a enorme competição normalmente concentrada em alguns cursos.

Além disso, há outra razão, não menos importante: para os BIs, selecionaremos candidatos por criatividade e talento, qualidades intelectuais e humanas melhor distribuídas socialmente e menos ligadas à influência da história socioeconômica das famílias e das pessoas.

Se conseguirmos cobrir no sistema público de educação superior a demanda reprimida, com sistemas de seleção que não discriminem por origem social ou étnica, haverá vagas, decerto não para todos os candidatos, mas para todos os que se apresentarem com motivação e vocação.

O projeto defende claramente que as instituições universitárias realizem internamente os processos seletivos para prosseguimento da formação acadêmica e profissional dos estudantes.

Não tem nenhuma lógica, política ou acadêmica, mantermos uma seleção por mérito, habilidade, competência, aptidão, fora da universidade. Ao permitirmos que processos seletivos aconteçam fora da instituição da cultura, das artes e do conhecimento, a seleção torna-se muito mais social e política do que por mérito.

Ao trazê-la para dentro, teremos maior controle acadêmico sobre a qualidade e a competência, valores que fazem parte da universidade. Isso nos leva ao tema das políticas de ações afirmativas.

No longo prazo, se todos os mecanismos de expansão e inclusão social funcionarem como esperamos, não vamos precisar de reserva de vagas para a Universidade Nova.

Ainda assim, até que tenhamos verificado serem desnecessários, defendo que devemos manter sistemas de compensação redistribuitiva de vagas (cotas para pobres, negros e índios), monitorando qualquer grau de exclusão ou discriminação.

Para continuidade da formação nos cursos profissionalizantes , alguns diriam que não seria mais preciso a salvaguarda de programas de ações afirmativas. Uma vez no BI, aparentemente as oportunidades estariam igualadas porque todos os alunos terão acesso garantido a recursos educacionais e apoio institucional na universidade.

Sinceramente, não creio nisso. A estrutura curricular e alguns elementos organizativos introduzem no BI um viés igualitário, que pode reduzir, mas não suprimir ou reparar, diferenças sociais ou étnicas de origem.

Mesmo se tornando mais eficiente e inclusiva, a instituição universitária dificilmente compensará o fato de que alguns alunos, vivendo em ambientes sofisticados e estimulantes, podem se dar ao luxo de apenas estudar, contando com recursos e suportes adicionais (por exemplo, contratando cursinhos de reforço), enquanto outros continuarão lidando com problemas econômicos, vivendo precariamente, trabalhando em paralelo ao curso universitário, sem livros, equipamentos e recursos pessoais.

O que é possível se fazer nesse sentido? Primeiro, reforçar os programas de permanência. A universidade pública brasileira avança numa concepção ampla de apoio social aos estudantes, com concessão de bolsas do setor público e do setor privado, principalmente fundações.

Essas bolsas, ainda escassas, dão conta apenas de uma parte do problema. A outra parte é a universidade que precisa se reestruturar para propiciar condições de aderência dos estudantes aos programas de ensino.

Por isso, queremos que os BIs ofereçam cursos por turnos-padrão (matutino, vespertino e noturno), com maior concentração de atividades no turno noturno, propiciando otimização de instalações e equipamentos de ensino.

Enfim, precisamos garantir condições de vida e disponibilizar recursos pedagógicos e financeiros para uma formação profissional plena na universidade pública. Mesmo assim, não podemos perder o foco do projeto.

Não queremos reparar ou remendar defeitos e problemas da educação superior, em suas diversas modalidades atualmente vigentes, mas sim buscar a transformação total e radical dessas estruturas e modalidades.

Nesse sentido, pelo menos na UFBA, o projeto Universidade Nova é uma conseqüência direta do sucesso do Programa de Ações Afirmativas.

Naomar de Almeida Filho é reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Artigo enviado ao "JC e-mail"
N
otícias Segunda-Feira, 05 de fevereiro de 2007

26 fevereiro, 2007

Casas de Estudantes

Aí galera eu gostaria de compartilhar com vocês e todos os leitores do blog a atual situação das casas de estudantes I III e IV que por sinal são mantidas com o dinheiro arrecadado com a matrícula que vocês pagam todo semestre.

Atualmente nas CEU'S temos uma porcentagem que não vai agradar a todos não;
ao todo somam nas casas: 62% dos moradores são de FACULDADES PARTICULARES tais como a CATÓLICA, PADRÃO, UNIP e todas as demais empresas universidades que vocês conseguirem imaginar e tudo isso mantido(água, energia e manutenção das casas) com o dinheiro que sai as vezes sem poder do seu bolso.

Nós os 38% que somos da UFG as vezes nos sentimos massacrados e indignados com isso, ou seja saber que meus colegas de faculdade pagam uma taxa injusta de matrícula para poder livra faculdades como a CATÓLICA de seus compromissos com a assistência estudantil com seus alunos.

Hoje dia 26/02/2007 houve na Procom um manifesto dos alunos das faculdades particulares pedindo para retirar do edital de processo seletico das casas a cláusula que dava a prioridade das vagas à demanda de alunos matriculados nos cursos da UFG, ou seja, além de nós sustentar com nosso pouco e suado dinheiro 62% de alunos de faculdades que não colaboram com nada nós ainda temos que ficar calado enquanto eles protestam pedindo pra entrar mais gente ainda.

Para universidades como a CATÓLICA é muito bom isso acontecer pois o que interessa a ela que é as MENSALIDADES estão sendo bem pagas o resto que se danem.
ENTÃO FICA AS SEGUINTES PERGUNTAS PARA VOCÊS REFLETIREM:

VOCÊ SABE PARA ONDE VAI O DINHEIRO DA SUA MATRÍCULA?
VOCÊ SE PREOCUPA COM O QUE É FEITO COM O DINHEIRO DA SUA MATRÍCULA?
VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR QUANTAS COISAS DARIA PARA FAZER COM ESSE DINHEIRO QUE É GASTO COM 62% DE ALUNOS QUE NÃO SÃO DA UFG?


POIS É ENTÃO PROCURE NA REITORIA, FALE COM O REITOR COM O DAA E DEMAIS NÚCLEOS RESPONSÁVEIS E NOS AJUDE NESSA LUTA POIS ELA TAMBÉM É SUA....

TERTULIANO RODRIGUES PEREIRA
ALUNO DE FILOSOFIA
BOLSISTA


PARA MAIS INFORMAÇÕES MANDE E-MAIL PARA: tertuneporto@yahoo.com.br